A importância do Mobile First
Mobile First é um conceito é simples: fazer o desenvolvimento de aplicativos e sites priorizando sua utilização em dispositivos móveis, ainda que seja uma solução web.
O que é Mobile First?
Para falar da importância do Mobile First, preciso mencionar um profissional fora de série. Você já ouviu falar do Luke Wroblewski? Não me peça para falar o sobrenome dele… O Luke é um empreendedor de “mão cheia”, ele foi o CPO (Chief Product Officer) e o co-fundador da Bagcheck, então o Twitter foi lá e comprou a empresa em 2011. Ele partiu para outro desafio, foi CEO (Chief Executive Officer) e co-fundador da Polar, então o Google foi lá e comprou a Polar em 2014. O Google, que de bobo não tem nada, contratou o Luke como Diretor de Produtos. Além disso, ele já trabalhou no Yahoo!, eBay, etc… Por esse breve resumo, é bom ficar atento ao que o Luke faz e fala. E foi ele quem introduziu o termo Mobile First em um artigo de 2009, para depois escrever um livro sobre o tema em 2011. E o que é esse tal de Mobile First?
O conceito é simples: fazer o desenvolvimento de aplicativos e sites para dispositivos móveis em primeiro lugar. Talvez para os mais jovens essa premissa possa parecer obvia, mas, para os mais experientes, o caminho natural, alguns anos atrás, seria o de desenvolver os sistemas para o computador convencional de mesa (desktop), introduzir eventuais adaptações para os portáteis (notebooks) e só então pensar nos dispositivos móveis. O conceito de Mobile First é uma mudança de paradigma, e deve ser tratada com muita atenção, dada a sua importância.
E por que o Mobile First é importante?
O mercado nos aponta diversos exemplos da importância dos dispositivos móveis e, consequentemente, do conceito de Mobile First, no desenvolvimento de aplicações de sucesso. Vou citar 3, WhatsApp, Instagram e Waze. Se você parar para pensar, quando o WhatsApp foi criado já existia o ICQ, Skype, MSN Messenger, entre outros. Por que o WhatsApp se destacou? Vários motivos podem ser citados, como simplicidade, foco em um serviço específico (ao menos inicialmente), e foi feito para dispositivos móveis. Os seus concorrentes diretos não tinham essa “pegada mobile” desde o início.
Você podia tirar fotos e compartilhar com o Facebook, o Orkut, entre outros… Mas veio o Instagram, direto no seu celular e tomou conta do pedaço, foco em Mobile First de novo. Você podia acessar o site do Facebook direto no celular, desde o início. Mas era diferente, não era a mesma coisa. O Instagram sempre foi muito bom na palma da sua mão, desde o início. Insisto no “desde o início”, pois lembro de um ditado da minha avó: “a emenda é pior que o soneto”. Fazer para desktop e depois ajustar para mobile vai sair pior do que fazer mobile de primeira, confio nos ensinamentos de minha avó.
O Waze é mais um exemplo. Eu adorava o Guia Quatro Rodas (sou cringe, rsrsrs…), os mapas do Google Maps no desktop, e podia ter toda a informação com eles. Mas o Waze traz na palma da mão a melhor rota ali, na hora. O que adianta eu saber como está o trânsito no computador do escritório lá de casa? Preciso saber dentro do carro, quando eu estiver decidindo se vou para a direita ou esquerda naquela bifurcação, na hora, na palma da minha mão. De novo, Mobile First. Note que nem sempre o sucesso é apenas fazer o serviço muito bem-feito. A forma como ele é feito, influencia muito. Talvez seja melhor pensar na “forma como ele foi desenhado para o usuário”.
O Mobile First no meu negócio
Se você está pensando “meu negócio é diferente, acho que esse conceito não se aplica”, sugiro refletir melhor. Estudos indicam que o acesso à internet no Brasil é exclusivo no celular para 59% da população. Muitos clientes irão procurar a sua empresa pelo celular, e apenas por ele. Se apresentar de forma inadequada nesse dispositivo, você pode perder vendas, independente do negócio.
Uma dúvida que pode aparecer agora é: tenho um site do meu negócio, será que ele já é bom para os dispositivos móveis e eu nem sabia? Espero que sim! Para ter certeza, o Google nos ajuda. Ele tem uma ferramenta muito bacana e fácil de usar, é só clicar nesse link. Então você vai poder ter certeza se o seu site é mobile friendly.
Agora vamos pensar no faturamento da sua empresa. Quando sua plataforma se adapta aos dispositivos móveis, naturalmente o seu ranqueamento no Google melhora. É sempre bom lembrar desse ranqueamento, você quer que seus prospectos, quando forem procurar o seu produto na internet, encontrem a sua empresa como a primeira opção. O que adianta a sua empresa aparecer na terceira página de pesquisa? Você já foi até a terceira página para consultar? Eu não… Mais uma boa notícia, o Google também disponibiliza outra ferramenta, o Google Search Console, que fornece um material muito bacana para melhorar o ranqueamento.
Mobile First e Ranqueamento no Google
A conexão do ranqueamento do site com o conceito do Mobile First, vem da recente (re)evolução tecnológica que estamos passando. Antigamente existiam robozinhos (bots) do Google que vasculhavam os sites na versão desktop, em busca de informações para fazer a indexação, que posteriormente entraria na metodologia do ranqueamento. Essa metodologia mudou, agora ela é baseada na versão mobile. Para deixar claro, antes a metodologia considerava a parte mobile como um dos fatores a serem considerados. Agora, considera como fator principal. Existe até o mobile-first index e uma expectativa que num futuro toda a indexação seja feita exclusivamente pela versão mobile do site. Não tem jeito, tem que pensar nos dispositivos móveis.
Estratégias para o Mobile First
Existem várias formas de se desenvolver sistemas usando esse conceito. Uma delas é utilizando a “Progressive Web App” (PWA), que pode ser encarada como uma metodologia híbrida entre páginas convencionais da web e aplicativos móveis. Com essa tecnologia, você não precisa convencer o seu cliente a instalar um app de uma loja para realizar a tarefa, você faz diretamente. Para saber mais sobre PWA, vale a pena dar uma olhada nas referências.
Para finalizar, Mobile First é uma mudança de paradigma que pode ajudar a sua empresa. Se você ainda é resistente a essa mudança, mesmo depois de ler esse e outros materiais, não se preocupe. Mudanças de paradigmas muitas vezes exigem formas de abordar o problema que nunca utilizamos, e aderir a novos procedimentos pode levar tempo, mesmo que seja para o nosso bem.
0 comentários